terça-feira, 15 de novembro de 2011

Sucos naturais da africa



E muito açúcar.

O primeiro sumo implica uma preparação com algum tempo de antecedência. Tem esta cor linda e apetecível e é na verdade uma infusão.
Ferver a água, juntar o ONJO, deixar repousar um bocado (cerca de meia-hora), coar, juntar açucar, mexer e deixar arrefecer. Esta matéria-prima são as flores do bagitche, umas folhas que por aqui existem (nunca tinha visto antes). As folhas podem ser juntas à sopa, serem simplesmente cozidas ou fazer esparregado. Não gosto. Mas as flores, secam, ficam com esta cor maravilhosa, e resultam neste sumo. O meu favorito.

O segundo é o sumo de FOLI (também dito fole). É um fruto de uma árvore trepadeira borrachífera de frutos acidulados, explica o dicionário. Para obter o sumo é descascar, esmagar com açúcar e juntar água.
Também se come só o fruto. Tem este aspecto um bocadinho feio e tosco, quando se abre também não é propriamente uma tentação, no entanto o sabor é agradável e o sumo é muito gostoso.

sumo de Kabasera ou Cabaceira é feito a partir do recheio das cabaças, que, por sua vez, se encontram penduradas no embondeiro (árvore de grande porte). 
AQUI as cabaças.

Modo de preparação: amolecer com água alguns minutos, esmagar, regular a água, coar, juntar açúcar.


VELUDO: o nome é bonito, a cor sedutora, o toque suave. e uma delicia de sucoO modo de preparação é semelhante ao do anterior: amolecer na água, mexer, regular a água, coar e juntar açúcar.
O fruto avermelhado encontra-se numa árvore de vagens negras e aveludadas, de seu nome veludo e que o dicionário define como medicinal.

Dizem que quem bebe o Sumo de Farroba se tiver paludismo este se vai revelar, o que é melhor para a pessoa poder ser tratada. Neste caso ao sumo deve ser acrescentado mel.
O mesmo modo de preparação dos últimos.
Este fruto amarelo forte provém de uma árvore muita alta, chamada pé-de-farroba.

E preparada  ainda um sumo misto, de cabaceira, veludo e farroba, que é aromatizado com sumo de lima. Muito apreciado pelos clientes embora não tenha conquistado esta adepta.

Fresquinhos e todos com muito açúcar estes sumos fazem agora as delícias dos beneficiários dos momentos de pausas-café, lanches e refeições que têm lugar na Faculdade, tendo substituído, felizmente, os, até então favoritos (e cheios de conservantes), refrigerantes de lata: Coca-Cola, Fanta, Mazza e outros.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

SIGÁ COM CANDJA CORTADO (KIABOS LAMINADOS/CORTADOS)

Sigá com candja cortado (kiabos laminados/cortados)

- Peixe/carne
- Óleo de palma
- Candja (kiabos) laminados/cortados
- Limões
- Suculbemba (kaombo) /piripiri
- Tomate maduro
- Cebola
- Alho
- Gandim
- Cundjurbedja
- Escalada/casseque (peixe seco)
- Camarão
- Combé (género berbigão) ou mexilhão/amêijoa
- Sal
- Arroz

Tempera-se o peixe ou a carne com limões, cebola, alho, suculbemba ou piripiri, tomate maduro e sal, um dia antes da confecção. Ou seja, só pode ser confeccionado no dia seguinte, em lume brando e em panela/caçarola (ou meios mais sofisticados). Põe-se o gandim, cundjurbedja ou combê/mexilhão/amêijoa a ferver longamente no próprio dia da confecção do peixe ou carne, mas numa panela/caçarola à parte, também em lume mais ou menos brando. Depois de termos a certeza que ambos estão cozidos, juntamos seguidamente numa única panela/caçarola grande todos os ingredientes. É nessa altura que introduzimos a candja (os kiabos laminados ou  cortados), camarão (de cozedura rápida), óleo de palma, e outros ingredientes sempre dependentes de quem confecciona, isto é, dependentes da sua experiência e imaginação. Seguidamente podemos acertar tudo quanto ferve: sal, limão, piripiri, mais alho ou mais cebola, etc. Doutra parte prepara-se arroz noutra panela que também depende do número de pessoas. O arroz de preferência fica nem muito solto, rijo ou mole.
O apuramento e ordem para desligar o fogão e servir este maravilhoso prato, faz-se pelo cheiro, pela forma como se produz a evaporação e pela observação do fundo da panela/caçarola.

CALDO DE PEIXE

Caldo de peixe

- Peixe (tainha de preferência)
- Óleo/azeite/óleo de palma
- Candja (kiabos) inteiros + bagique (folhas de usse) e jagatú (lussaca)
- Suculbemba (kaombo) /piripiri
- Tomate maduro
- Cebola
- Alho
- Sal
- Arroz

Ao peixe, juntam-se os condimentos referidos anteriormente. O caldo de peixe pode ser preparado no próprio dia e serve-se com arroz. Tem a função de reabilitar os mais turbulentos momentos da festa, ressaca.

CALDO DE CHABÉU


Caldo de Chabéu




- Peixe/carne
- Chabéu (moamba+óleo de palma)
- Candja (kiabos) inteiros + bagique (folhas de usse) e jagatú (lussaca)
- Limões
- Suculbemba (kaombo) /piripiri
- Tomate maduro
- Cebola
- Alho
- Gandim ou Cundjurbedja, ou ainda, Escalada
- Camarão (muitos dispensam)
- Combé (género berbigão) ou mexilhão/amêijoa
- Sal
- Arroz

O prato – “Caldo de Chabéu” – deve preparar-se dias antes, com todos os indispensáveis condimentos: um bocado de limão, suculbemba ou piripiri, tomate maduro, cebola, alho, camarão ou em alternativa gandim/cundjurbedja, amêijoa, combé e sal. No dia seguinte, coze-se em lume não muito brando, já com os kiabos em peixe ou carne se for essa a opção. Seguidamente, junta-se a moamba (parte suculenta a que os guineenses chamam de tcheben e óleo de palma que se tem durante a cozedura. Depois de termos a certeza que tudo está pronto e o arroz já feito noutra panela com o resto do molho de chabéu, então estamos em condições de podermos servi-lo com graça e carinho aos demais apreciadores

Caldo de Mancarra (Amendoim)







O caldo de mancarra, conhecido no Brasil por amendoim, é um prato típico do dia a dia dos guineenses. É muito fácil de preparar e gostoso de comer; a preparação dura no máximo uma hora.
CALDO DE MANCARRA
Ingredientes:
  • 1 frango/Peixe ou Carne
  • 1 cebola grande
  • 1 limão
  • 250g de mancarra
  • 3 tomates vermelhos
  • 100ml de água
  • Sal
  • Piripiri
Limpa-se o frango, peixe ou carne e corta-se em pedaços. Tempera-se com sal, pimenta piripiri e a cebola em rodelas. Vai ao fogo baixo, com um pouco de água, para cozinhar — fica quase sem molho. À parte, mói-se o amendoim num processador ou pilão, o mais fino possível. Mistura-se os tomates até se tornarem uma pasta. Acrescenta-se então a água quente e mexe-se para misturar bem. Passa-se por um coador e adiciona-se o líquido ao frango. Ferve-se um pouco para apurar.
Ao retirar do fogo, pinga-se o suco de limão e deixa-se esfriar um pouco. Serve como molho para o arroz. Acompanhe com uma taça de vinho do Porto bem gelada.